domingo, 29 de setembro de 2024

Fantasmas






















Os demônios de outrora
Às vezes suspensos 
Na aurora dos tempos 
Presos em silêncios 
Como demônios na garrafa
Às vezes gritam 
Às vezes calam
Às vezes sentem. 
Ou apenas consentem. 
Consertam-me
Em um concerto de vozes
Como legiões 
Como leões
Rugem 
E tremem 
Meus poros sob a minha pele. 
São os mesmos e velhos demônios 
De noites mal dormidas
Mal vividas
Mal faladas
Mal amadas. 
E dos constantes
Inconstantes momentos 
Eu vivo ao vento.
Refém de demônios 
Que outrora chamei de fantasmas. 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Quebrado




Sorrisos
Pelas costas
E eu,
Quebrado.

Anseios 
Medos e traumas. 
Eu eu,
Quebrado.


Do que nós fomos, pouco restou. 
A sua foto tem agora significados a outros 
Não mais a mim. 
Nunca mais a mim. 


Te quebrei, como eu. 
E seus sorrisos 
Nunca me pertenceu. 

Deixo-te para que rias com ele. 
Enquanto eu, 
Continuo Eu, 
Quebrado. 

domingo, 22 de outubro de 2023

A Estrada sem graça




Na noite densa, um homem solitário,
Caminhando com seu sobretudo preto,
Pelas estradas desertas, sem destino, sem guia,
À sombra da lua, ele busca a si mesmo.

Seu passo é pesado, ecoa na noite,
O vento uiva alto, a escuridão o açoita,
Em busca de respostas, ele segue a senda,
No coração a dor, na alma, a tormenta.

Seus olhos, dois abismos de escuridão profunda,
Refletem a tristeza, a dor que o inunda,
Um rosto pálido, um semblante cansado,
Ele carrega segredos, pesares do passado.

Cada passo ecoa como um eco sinistro,
Enquanto o sobretudo balança ao vento frio,
Nas sombras ele busca um alívio, uma cura,
Para a angústia que em sua alma perdura.

Mas a estrada é longa, e o fim incerto,
E a escuridão profunda, um manto esperto,
Envolvendo o homem em seu abraço frio,
Enquanto ele caminha, sem rumo, vazio.

Pelas estradas desertas, ele segue sem cessar,
O homem com sobretudo, a sua sina a encarar,
Na noite eterna, seu destino se entrelaça,
Com o manto da solidão, na estrada sem graça.
 

sábado, 1 de julho de 2023

Devaneios de um coração





















A efemeridade da vida
Num momento descompassado
Deixa no peito magoado
Uma esperança perdida

Os dias, de um inverno gelado
Esfriam um coração cansado
Revivendo dias passados
Enquanto sofre calado

O tempo e o vento
Alheio aos pensamentos
Passam sem cessar.

O peito cansado
Procura um afago
Como quem só quer amar…

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Ser da noite

 








Nas trevas de Londres vagueia um ser fatal,

Misterioso, sem alma ou perdão mortal.

Seus passos sibilam nas vielas enigmáticas,

Ecoando sua presença, na noite sombria e ática.


Vulto obscuro, olhos velados, mistério lúgubre,

Figura sinistra, império etéreo que perturba.

Sua alma, sombria, oculta segredos enredados,

Em catacumbas vagantes, onde o mundo é sepultado.


O vento gelado sussurra ao seu caminhar,

Enquanto Londres adormece, no medo a se afogar.

Segredos obscuros circulam entre as esquinas,

Enquanto o ser misterioso tece suas sinas.


Solitário, exilado na penumbra da existência,

Preso no passado, mal que lhe seduz a consciência.

Ele vagueia, um ser da noite e da perdição,

Em Londres, a escuridão é sua eterna mansão.