quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A bailarina, o vagabundo e a estação sem nome



















Ela vestia  paixão estampada no rosto
E valsava por entre corpos na estação
Numa dança de sentidos invertidos
Pulsava forte, o frágil coração.

Enquanto dormia o vagabundo.
Sem trem, sem vindas, sem rumo
Alheio ao dançar da bailarina solitária
Sobre tudo, a vida que por ali valsava.

E num breve cruzar de olhos
Um momento descrito em sonhos,
Duas almas se encontraram.

A bailarina e o vagabundo
Dançaram alguns momentos juntos
E no trem da vida, de novo embarcaram

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Bloqueios

















Ando inquieto, num bloqueio interno.
Reconheço-me à distância,
Inventando amanhãs que não existem
Mas que consistem em ser lembrança.

A caneta, em folha branca
Se cala. E nada fala.
E de silêncios em silêncios
Descansa o ego em brasa.

Ando sozinho, num bloqueio comigo
E de palavras em palavras,
Reorganizo princípios e refaço
O caminho, entre os acasos.

E lá fora alguém grita,
Perguntando onde está o poeta sem letras?
E descompassando-me outra vez
Carrego na alma, um simples talvez.

Mas não se engane, nem pense por pensar
Que o poeta, deixou de amar.
A poesia, está apenas calada.

Porque às vezes, eu prefiro o silêncio.
E entrego meus poemas ao vento.
Pra que ele os leve à minha pobre alma apaixonada...