segunda-feira, 22 de agosto de 2016

O fantasma da tempestade.



















Não há muito mais do que sombras agora.
Lembranças de outrora que emergiram
Fugiram do meu controle e foram embora
Pra qualquer lugar onde não existam.

E no meio da ventania eu gritei seu nome
Tão alto que nem o trovão da tempestade
Tirou de mim essa imensa vontade
De fazer uma loucura e dançar no meio da chuva.

Eu visitei os anjos no céu
Mas os demônios na terra me puxaram.
E eu vi meus próprios medos
E todos eles me afogaram.

Apenas me deixe ir
Ou me deixe ficar aqui, bem à vontade.
Porque as histórias que contam, são todas verdade
Eu sou o fantasma no meio da tempestade.


E quando a tempestade passou,
Tudo que restou,
Foram as sombras que sobraram de mim.

Quando a noite do funeral chegar, não me dê flores
Nem me lembre de todos aqueles amores
Que eu deixei morrer antes de chegarem ao fim.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Lua Sem Príncipe


























As falácias que da alma ecoam
em versos tão frágeis que
às vezes até destoam
Proseiam pelo corpo descrito em rimas
finas camadas sob a pele
-Que se encerre os erros-
Ela pede.
Aos prantos
Aos tantos que passsaram
E nunca ficaram
Nunca rimaram como queria
Nunca a fizeram sentir como sentia
E no desapego do que ficou
Rimou.
Só, também aprendeu a amar
Foi ver o mar
E pedir  pra ele levar
Seu pranto
Toda a angústia que já não era sua
Linda, leve e nua
Era ela a lua
Sem seu príncipe num cavalo branco...

sábado, 9 de julho de 2016

A volta da bailarina


















Bailarina que dança sem pressa.
Tinha tristeza que carregava no olhar
São tantas as tempestades que atravessa
Que aprendeu  a andar na chuva sem se molhar.

Bailarina que sonha acordada.
Tem planos e habita dentro de si.
Bailarina recém amada
Aprendeu a olhar o mundo e apenas sorrir.

Os ventos do leste lhe trazem poesia
E do alto dos montes, ela sorria.
Feliz da vida por mais um dia.

Sem o peso do mundo a bailarina podia agora dançar.
Sentia-se livre, leve pelo ar
Porque finalmente, havia aprendido a amar.

A si mesma. 

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Catedral de Lembranças

Faço graça com os desatinos
E desato meus próprios nós.
{Do que já não somos nós}
Tão a sós
Com nossas vidas.
Que sobrevida, sobretudo,
Ainda somos os mesmos.
Insólitos com nossos medos
Procurando respostas
Onde só há perguntas.
Faço pose, aperto o passo
Ando com graça
Pela praça das memórias.
Mas aqui dentro, só eu sei
que sou do tamanho de uma cidade de desesperança
Com uma bela catedral de lembranças
Bem no meio de mim. 

sábado, 2 de abril de 2016

Comparação






















Alguém canta aqui no sanatório.
E o sopro que vem do mar
Levam as dores dum coração
Que já cansou de esperar...

Alguém chora num funeral.
E o vento lá fora bate forte.
Meu coração cansado se entrega
E espera sereno pela morte.

Alguém grita numa catedral.
E o vento sopra enlouquecido.
Meu coração relembra sozinho
De um simples amor vivido...

O louco, o morto, o santo.
Devaneios de uma vida simples
Que agora eu canto...

O santo, o morto, o louco.
De cada um desses,
Todo mundo tem um pouco...


sexta-feira, 11 de março de 2016

Notas curtas: Sobre o tempo.

São tempos.
Outros.
Tempos e termos.
Que não se aplicam.
E se complicam
No pensamento.
E no fim, tudo é tempo.
Que já não temos
Que já não vemos
Mas que está lá.
Há tempos.
Esperando por nós.