quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Sobre o tempo e o silêncio

















Houve um tempo de silêncios
De páginas em branco
E corações em amores repentinos
Sentados à tarde num banco.

Houve um tempo de inquietudes
Perguntas mal respondidas
Esquecimentos convenientes
E verdades esquecidas.
                                             
Houve teorias
De que o poeta não retornaria
De que talvez, nunca mais escreveria

E no meio de tudo isso ele pode sorrir
Ao imaginar a poesia num trem a partir
E chegar algum tempo depois.
Ainda falando aqueles versos sobre nós dois.

Poeta, na essência e na alma
Em tantas gritarias e no meio da calma
Encontra vez, ou outra seu caminho.
Poeta, que ainda continua a amar sozinho.

E daqueles tempos, ficou muita coisa perdida
Muita lembrança que não pode ser esquecida

E que, dentro dele, lhe faz todo o bem que há nessa vida!

(A última postagem deste aprendiz este ano, e desejo à você caro leitor, um ano abençoado, cheio de coisas novas, de novas realizações e de muito, mas muito amor. Amor por si mesmo, amor pelo próximo, amor a vida. Amor sem medida. )

Feliz 2015! 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Sobre o tempo e outras coisas.

Vai se findando mais um ano, e a solidão pela janela do quarto, continua a mesma. A vida continua, os pássaros ainda migram de um lugar ao outro, os trens chegam e saem das estações, mas o tempo, ah aquele tempo dos sorrisos fartos e duradouros, esses ficaram.  E nas comumente paradas reflexivas dos finais de ano, eis que, continuo aqui.
Não que tenham sido todos os dias desperdiçados em coisas banais, mas sim, eles foram maioria.
Não que não tenha havido amor, mas estes, chegaram e foram embora.
E a vida, esqueceu-se do poeta que fala do tempo, como se este senhor pudesse lhe ouvir.
E no fundo, ele ouve. E me pede sem pressa: “Dê-me tempo, garoto”.

E  eu vou aos poucos entendendo que até o tempo precisa de tempo pra mudar as tempestades e fazer virar claridade, todo tipo de pensamento.
Porque sim, como já cantava Chorão: O tempo é rei. E a vida, ah, ela sempre será uma lição nova a cada dia. O que resta, é sentar, olhar a janela e os pássaros migrando, esperando que o tempo, tenha tempo para alinhar as órbitas dos planetas e reajustar os cursos da nossa própria inquietude....

sábado, 20 de dezembro de 2014

Divagações II

O texto a seguir, foi extraído de um comentário num grupo para leitores no facebook, A postagem tinha como objetivo, descrever-nos para os demais do grupo, eis quem é este aprendiz:




"Vou seguir a prática dos colegas e me des(es)crever, apesar de que, no meu caso, não é tarefa simples.
O que eu gostei ontem, já não é mais o que gosto hoje e com certeza não será o que gostarei amanhã. Sou antes de tudo, adverbio e nunca verbo intransitivo, porque não preciso de complemento pra existir, eu apenas existo. Ou exito em pensar sobre o que sou. Eu sou como qualquer outra pessoa que passou por vocês na rua hoje, no caminho de volta pra casa. Sou o leitor no ponto de ônibus, o cara comprando pão na padaria, o faxineiro limpando o banheiro do shopping. Sou pessoa comum. Atormentado por erros do passado, mas quem não é, não é mesmo?! Tenho manias de criar diálogos que nunca disse e medo de morrer enquanto tomo banho e alguém encontrar meu corpo pelado, mas não tenho medo da morte em si. O meu maior medo é o esquecimento em todas as suas formas. Gosto de silêncio e de baladas, e isso soa contraditório dito na mesma frase, mas sim, eu sou contraditório em tudo. Só amei de verdade uma vez e não é uma história com final feliz, porque termina em despedida. Muito do que eu falo, só pode ser ouvido se prestar atenção nas entrelinhas, meus sorrisos nem sempre são sorrisos e desconfie se me perguntar se estou bem e eu lhe disser sim, está! Eu ouço os problemas dos outros com atenção, mas não falo sobre os meus. Enfim, sou como qualquer outro no mundo, e gosto de escrever, porque é a única coisa que faço por mim e para mim. Blues e destilados fazem parte da minha rotina. Não tenho filhos, que eu saiba. Já frequentei igrejas e prostíbulos, não no mesmo dia. Conheci santos e putas e com ambos aprendi, que nada é errado se lhe trás paz. E no fim, isso é tudo que resta. estar em paz consigo mesmo, não importa se 'quem eu sou' é uma resposta objetiva, do tipo, alto, baixo, gordo ou magro. Ou uma reposta lúdica como a que dei agora. E se você, meu caro amigo, que teve a paciência complacente com este que vos escreve, de ter lido até aqui, souber ler também as entrelinhas, saberá melhor que eu a resposta para a tal pergunta: "Quem sou eu?!" Porque sobre isso, tudo que sei, é que eu sou a soma de tudo o que já vivi, com tudo o que ainda viverei. Fim."

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Divagações

Com os anos, eu passei a ser mais exigente comigo mesmo. Não é mais todo tipo de música que me agrada, não é mais todo tipo de sorriso que me satisfaz, Não é mais todo choro que me afoga. Com o passar dos anos, eu perdi um pouco o amor complacente das coisas alheias e passei a ver o meu reflexo em todos os espelhos. Perdi sentimentos abstratos para refugiar-me no concreto, no visível, nas coisas que eu pudesse tocar sem estar ao meu alcance. Com o passar dos anos, confundiram minha sinceridade com grosseria, meu amor próprio com egoísmo, minhas atitudes com demagogia. Mas eu ainda estou aqui, estou de pé e com a experiência dos anos ao meu favor, então de certa forma isso já é uma derrota pra quem tentou abater as fontes frágeis do meu sorriso. Com o passar dos anos, eu aprendi que nem todo mundo que te estende a mão tem a intenção de te ajudar. Que muita gente vai te por pra baixo nos dias que você estiver pilhado. Aprendi que você nunca vai conseguir decorar a letra de todas as músicas que gosta, mas que algumas você só vai gostar enquanto não souber cantar. Com o passar dos anos, eu aprendi que existem ao menos 10 versões para um mesmo fato. Aprendi que a verdade é supérflua e só interessa ao seu lado da história, ou não. Mas o principal de todos os ensinamentos do tempo, foi ter aprendido que ninguém, absolutamente ninguém vai viver minha vida no meu lugar, é é bobagem, perda de tempo pensar que as pessoas podem entender seus dramas, seus medos, suas incógnitas, quando nem ao menos você tem o direito de se entender. E isso vai ser sempre assim, indiferente de qual lado do aro-íris você esteja.