terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Divagações

Com os anos, eu passei a ser mais exigente comigo mesmo. Não é mais todo tipo de música que me agrada, não é mais todo tipo de sorriso que me satisfaz, Não é mais todo choro que me afoga. Com o passar dos anos, eu perdi um pouco o amor complacente das coisas alheias e passei a ver o meu reflexo em todos os espelhos. Perdi sentimentos abstratos para refugiar-me no concreto, no visível, nas coisas que eu pudesse tocar sem estar ao meu alcance. Com o passar dos anos, confundiram minha sinceridade com grosseria, meu amor próprio com egoísmo, minhas atitudes com demagogia. Mas eu ainda estou aqui, estou de pé e com a experiência dos anos ao meu favor, então de certa forma isso já é uma derrota pra quem tentou abater as fontes frágeis do meu sorriso. Com o passar dos anos, eu aprendi que nem todo mundo que te estende a mão tem a intenção de te ajudar. Que muita gente vai te por pra baixo nos dias que você estiver pilhado. Aprendi que você nunca vai conseguir decorar a letra de todas as músicas que gosta, mas que algumas você só vai gostar enquanto não souber cantar. Com o passar dos anos, eu aprendi que existem ao menos 10 versões para um mesmo fato. Aprendi que a verdade é supérflua e só interessa ao seu lado da história, ou não. Mas o principal de todos os ensinamentos do tempo, foi ter aprendido que ninguém, absolutamente ninguém vai viver minha vida no meu lugar, é é bobagem, perda de tempo pensar que as pessoas podem entender seus dramas, seus medos, suas incógnitas, quando nem ao menos você tem o direito de se entender. E isso vai ser sempre assim, indiferente de qual lado do aro-íris você esteja.

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