segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Meninos do Castelo


















Rostos estranhos, na janela do me carro.
Parados em algum semáforo, pobres crianças
Sem roupa no corpo, sem nada.
Pedindo um trocado, um pedaço de esperança.

Deitados ao vento, fazendo teto sobre as estrelas.
Pontilhões decaídos, como residência permanente.
E a vida que passa apressada entre um trocado e outro
Virando o rosto pro outro lado, como sempre indiferente.

A vida que eles não têm,
Os sonhos que eles já não esperam
O amor que fecha todas as portas.

A vida boa que não vem.
Os dias que não prosperam
É sempre poesia torta.

Mal atravessadas na vida cotidiana
A vida dos meninos do castelo é sempre mais insana
Que toda flecha de esperança.

Porque entre um cigarro e um pó mágico
Que desaparece no vício trágico,

Desconstrói-se toda ponta de esperança...