segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Espetáculo chamado: Vida!

Um belo dia, quando eu acordar, vou perceber que minha vida nunca foi mais que um mero poema. E quando isso acontecer, vou ter certeza que as rimas meio que descompassadas, não nasceram ao acaso, mais sim morreram com o mesmo pudor pungente de quem nunca viu a luz de um dia calmo.
Porque a morte é o começo de um novo ato. Não é necessariamente o fechar das cortinas. É o Público quem muda, mais o espetáculo continua sendo exatamente o mesmo.

Silêncio II

(Aos que se deixam Calar)



Não há palavra certa
Porque certeza é ilusão
O que há é sentimento
Dores de um coração

Silêncio.
Diante de pequenos gestos
Apenas o silêncio
Parece ser concreto

Ainda há dor
Ainda há lamento
Dor que vem da alma
Dor que vem de dentro

Alguém jogado na rua
Sem um teto, sem ninguém.
O Silêncio de quem vai
O desprezo de quem vem.

Não há sentimento tão deplorável
Como o Silêncio de Desprezo.
Um silêncio sujo
Nas palavras presas a esmo.

Será que um dia enfim seremos livres?
Ou o Silêncio dos que se deixam calar
Ainda terá forças
Pra tomar o nosso lugar?

Poema Cantado

Não posso deixar de pensar
Em coisas que nunca disse
Palavras represadas
Num mar de falsa mesmice

Não quero acreditar
Que coisas acabam sem Por que
A falsa alegação
De que tudo têm que morrer.

Nem sempre vivo
Nem sempre canto
Apesar de tudo, viver é um espanto

Sopram-se ventos
Uivam-se mares
Alguns renegam seus próprios lares...