segunda-feira, 25 de março de 2019

Erros.
















Nessa reinvenção

De ser de novo
Ainda sou o mesmo velho
Frágil e perdido
Com tudo aquilo
Que eu não consegui esquecer.
E de tanto tentar ser
Novo de novo
Já nasci velho
E fragmentado.
Revivendo do passado,
Estagnado.
Naquela loucura desenfreada
De estar,
Sem pertencer.
E permanecer
Alheio ao novo ciclo
Totalmente novo
E cercado de velhos erros conhecidos.

sábado, 23 de março de 2019

Solitário
















Tornei-me pragmático
Com todas as minhas desconstruções.
Súplicas, suplícios e tantas falas
Entrepassadas na garganta.
É alento para as desilusões.
E perdendo-se,
Foi sumindo.
A vida, a vontade, a força.
Virou flagelo.
Perdido
Sofrido
Cansado.
Abracei a solidão
E a convidei
De novo para a dança
Que já decorei os passos
E que ao longo da vida
Acostumei-me
A dançar só.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Fantasmas






















-Das minhas dores cuido eu-
Berrei outrora pra minh'alma
Que insiste em pesar sobre meu peito
Aquela aflição
De noites sem dormir
De tantos e tantos medos
Bobos
Ou reais, tanto faz.
- Das minhas dores cuido eu-
Eu enxotei exausto ao coração
Esse velho e burro coração
Que insiste em amar
Os mesmos moinhos de vento.
As minhas dores cuidam do eu,
Que de tão amargo nem sou.
Apenas me refaço
Em uma nova história batida
Com o mesmo semblante abatido
De quem foi, foi tanto e tão pouco
Que nem é mais.
-Das minhas dores cuido...-
Será que ainda é eu
Tentando berrar ao mundo?
Ou essa voz que ecoa
E destoa de tudo
É um eco passado
Dos mesmos fantasmas de outras épocas
Que no fim
São quem cuida de mim...