García olhava as ruas, como quem procura alguma coisa.
Queria ele encontrar a ordem pacata das vielas desabitadas
Ou mais um pobre coitado vítima de seu próprio descaso
Pronto para ser entregue as nada nobre cacetadas?
Numa das vielas, eis que o Sargento García encontra algo que lhe agrada.
Sentando, abraçado ao seu cachorro, lá estava o mendigo acrobata.
Os Arcos, deixados num canto, e ao encontrar os olhos do sargento, Espanto.
Mais não medo, o mendigo já conhecia o sargento de outras datas.
García puxou-lhe pelo colarinho, sem cortesia alguma.
E de surra em surra, foi deixando o pobre coitado todo ensanguentado.
E no final, ainda disse com voz de deboche desfalcado:
“Quero ver fazer vadiagem agora seu pé rapado!”
Ao virar a esquina, Sargento García, quase caiu duro no chão.
Eis que o mendigo acrobata, estava de pé, com seus arcos na mão.
E de acrobacia, em acrobacia, o danado ainda ria.
Ria, dos tolos da vida, que da vida, nada conhecia.
E pela primeira vez, o sargento chorou de verdade no fim da tarde.
Ele havia então, entendido que o pobre mendigo, era feliz, de um jeito especial.
Mesmo surrado, só tendo um cachorro ao seu lado,
O sargento sabia, que feliz como o mendigo acrobata, ele nunca seria igual...