quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A bailarina e seu vestido vermelho
























Ela olhava com os olhos tristes
E escondia as lágrimas ao dançar
Olhava o céu em noite escura
Caminhando nas águas do mar

Bailarina com vestido vermelho
Poesia viva embalada em verso
Caminhando em danças ausentes
Evitando sentimentos controversos

Pensava conhecer a vida
Entre os ritmos de sua dança
Sonhava em ser princesa
Nos dias de sua infância

E tinha um beijo só seu
Tão quente quanto tango argentino
Quando dançava com seu vestido vermelho
Fazia todo homem virar menino

E ainda assim, chorou algumas noites
Porque nem toda dança terminava com sorrisos
Nas desilusões manchou batons
Mas nunca deixou seus sonhos perdidos

E ao descer do palco, foi ter com a vida
E decidiu recomeçar uma nova dança
Enxugou as lágrimas do rosto
E partiu em busca da esperança...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Feche a porta ao Sair [A última poesia à um amor passado]


Você foi a pessoa que me ensinou a olhar o céu, me fez ver estrelas lá em cima, e imaginá-las tão perto que poderia tocá-las com o coração, ao mesmo tempo que compunha poemas sobre seus olhos. Você foi a paixão mais forte do amor mais insano que já vivi, e pessoalmente, posso lhe garantir que nunca sentirei algo assim outra vez.  Mas aí então você partiu, e da primeira vez, pude suportar sua ausência e esperar longos anos até que te reconquistasse novamente.  Durante esses anos de espera, eu chorei pelos meus erros que te levaram embora, eu fui forte para mantê-la viva em minha lembrança, e segui em frente. Até que você resolveu voltar, e eu, todo apaixonado, abri de novo as portas dos meus sentimentos, escancarando todo o otimismo do mundo, num sorriso sincero. Eu estava feliz de novo, e isso me fazia sentir vivo. Vivo como a muito não sentia. O poeta, tinha sua inspiração de volta, e as coisas estavam certas.
E aí então, veio a nova tempestade.
Você mais uma vez partiu. Quebrou minha confiança. Quebrou todo o encanto.
E as noites voltaram a ser sem brilho, e os dias eram vagos.  O poeta tornou-se silêncio pela segunda vez.  Mas dessa vez, sem o peso dos erros do passado. Eu deixei que você partisse, tendo a certeza de que havia feito todo o possível para que nosso amor fosse verdadeiro, mas mesmo assim, você quis ir. Quis conhecer o mundo e continuar a vida.
Já faz um ano que você partiu, e hoje eu volto a falar de nós aqui neste blog.  Porque essa será a última poesia que escrevo a você. A última vez que vou falar de nós.
Depois deste longo ano que passei longe de ti, aprendi, mesmo que forçado a deixar de te amar, e acredite, todo amor pode sim morrer, se não for correspondido. E meu amor por você se foi. Eu achei a minha inspiração para continuar minhas poesias sem a inspiração que seu sorriso me trazia, e assim, passei a caminhar sozinho longe de ti.
Sei que daí onde está, do outro lado da vida, vai sentir saudades outra vez, como já sentiu antes. Mas dessa vez, o poeta cresceu, continuou caminhando, e esta é a última poesia que eu faço pra você, quando terminar de lê-la, por favor, guarde as lembranças, siga seu caminho e feche a porta ao sair...

 Feche a Porta ao sair
















Eu não via mais seus sorrisos entreabertos
E nem as noites de lua nos faziam bem
Entregamos o sentimento reverso
E o ‘nós’ já não era ninguém

E assim, seguiu o caminho
Cada um sozinho
Repensando o que não fomos
Sem saber ao certo quem somos

Vivemos amores intensos
Propensos pelos enganos
Houve uma época de sorrisos
Nos momentos que amamos

Mas assim quis  ser a minha margarida
Viver o mundo, viver a vida
E a mim, só me restou deixar partir
Sem mais angustias, vá em paz, mas feche a porta ao sair...

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Poesia de começo novo

















Há tempos que vejo-me em reflexos alheios
Como se contemplasse  meu outro eu
De gestos e faces opostas
Sobrepostas aos dias que não são meus

E nessa alavanca de sobe-e-desce
Cresce o  desejo ecoante de não ser
Tudo que ao mesmo tempo
Não me ajuda e nem faz crescer

Numa alcova descuidada de acasos
Tranquei  verdades incessantes
Vivendo de esperanças flagelas
E alguns medos constantes

E assim foi seguindo novos tempos
De amores que nem conheço
Em rostos novos e belos
De alguns novos começos...

sábado, 18 de agosto de 2012

Convalescença























Tendo visto o mundo
Entre os olhos meus
Descobri amores
Em outros mundos teus

Entretanto, foi-se o pensamento
Em alusão aos dias frios
Meu coração aquiesceu-se
Sem o peso dos sentimentos vazios.

E de breves palavras
À canções dadas
Foi emoldurando-se

Num aceno ao que ficou,
Seguiu em frente com o que restou.
[E a poesia modificando-se]





***