Céu escuro, cor das cinzas do cigarro sobre a mesa
E a lembrança presa nos últimos fragmentos
De um amor perdido entre palavras
E versos de poemas jogados aos ventos
Hoje sempre será um dia daqueles que tento esquecer
Para me perdoar pelas coisas que eu nunca tentei
E talvez chorar as últimas lágrimas sensatas
Daquele primeiro amor pelo qual nunca amei.
Uma data, como tantas outras no antigo calendário
Sobre a mesa do quarto, ainda rabiscado pelo teu
aniversário
Como se a partida, fosse o ponto de encontro
Do meu próprio e sincero desencontro
Sentimentos não morrem da noite pro dia
Mas volta e meia, voltam a virar nova poesia
Para contar sobre dias que tirei do calendário
Fazendo das palavras, o sentimento necessário
Adicionando sombra nas lembranças
Mudando o tom da voz do esquecimento
Fugindo de detalhes presos à memória
Pra te tirar de vez
do pensamento
Hoje, é uma data como todas as outras...
E o resto é nada mais
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