sexta-feira, 12 de abril de 2013

Incólume

Esqueço-me. Como se quisesse reinventar meus detalhes. Como se palavras definissem lembranças, ou deixassem esconder marcas inquietas por baixo da alma cansada das desilusões. Me procuro em silêncios, e não estou lá. Talvez na mesa de um bar, num telefone que toca em vão. Talvez eu esteja lá, no tempo desperdiçado em conversa fiada, num tempo que já não é mais nosso, ou em alguma letra de uma música lenta que já não toca mais nas rádios.
Só não sou feito de mentiras.
E no meio de todas essas confusões, as pessoas não entendem quem eu sou. E a essas pessoas, não tenho respostas. Porque enquanto houver ela aqui dentro, eu nunca vou saber quem eu sou de verdade. Apenas uma sombra na noite que não consegue dormir. Apenas uma lembrança que não muda, que não vai embora e nem permanece onde devia. Mas são essas as idas e vindas de histórias inacabadas. E a mim, só cabe o silêncio e as palavras ao mesmo tempo.
O silêncio para acalmar a alma.
E as palavras para tentar me encontrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário