quinta-feira, 31 de março de 2011

Lamento Depois da Morte

Vai ficando longe de mim,
O eco do corpo
No Próprio vento pregado,
E o pálido branco
Nas flores quietas, quebrado.

Mas não se joga com ninguém
O que pensei que se jogaria.
Já não vejo os santos cobertos
Que sempre via.

Tudo foi sobrenatural
E ainda assim
Foi tão igual
Resplandecendo além do fim.

O universo ficou vazio
Porque a mão do amor
Foi partida, e na vida
Ainda faz frio

Nós merecemos a morte
Porque somos humanos
E a guerra é feita por nossas mãos.
E o monstro estranho e instável
Que trazemos no peito fica sem explicação.

Mandei a ti
Meu soldado mais forte
E com todas as armas
Que os levem a morte.



Suspiro do vento
Lágrima do mar.
Meu pensamento
Não sabe matar

Lanço destes altos montes
As frias covas do oceano.
Meu sonho sem horizonte
Claro, puro e sobre humano.

Da varanda do colégio
Ao pátio do sanatório.
Que sopro no cemitério
E estranho falatório.

Minha vida está mudada,
Toda cheia de paredes tortas.
Os animais enlouquecem
E pessoas caíram mortas.

Ontem tinha tudo
E hoje nada tem
E nenhuma lágrima vem.

Fala-se com homens
Com santos, consigo, com Deus.
E ninguém,
Leva minha alma as estrelas
Assim seja, amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário