quinta-feira, 10 de março de 2011

Palavras não ditas

Não existe nada além de nós.
Nada tão repentino e vazio.
Nada.
Apenas um mundo esquecido.
Algo tão firme, tão sólido
Que eu mesmo já nem posso ver.
Algo entre a realidade
E o sonho.
O sonho.
As cores vívidas,
A sensação de desespero
E o soluço tímido
Das lágrimas escorridas por um rosto simples
Era tudo diferente.
Tudo tão intenso.
Tudo verdade.
Hoje, só restaram os rostos
Meio que perdidos,
Meio que vazios.
Tão cheios de si, que já nem fazem sentido.
Tão tensos, que nem me lembro.
Onde cada poema apenas era
A forma de manter-se livre
Num mundo sombrio cheio de nada.
Ainda havia saída.
Mesmo que ela estivesse distante.
Havia ainda, uma saída.
Como se um novo dia trouxesse novas esperanças.
Como se novas esperanças, trouxessem um novo dia.
No fim das contas,
Tudo o que resta
São as palavras
Que não foram ditas.

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