sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Sociedade dos Esquecidos

Quanto eu tinha quatorze anos, eu era um jovem bem sucedido. Era popular, jogava no time do colégio, tinha muitos amigos. Mais dentre todos, havia quatro deles que eram especiais. Meus melhores amigos. Eu, o Edvaldo, o Carlinhos, o Murilo e o Jhonny éramos inseparáveis, chegamos até a formar um clube secreto chamado “Sociedade dos esquecidos” O Murilo escolheu o nome. Eu nunca entendi bem o porquê. Ele também não.
Quando terminamos a 8ª série, acabamos tomando rumos diferentes. Eu havia passado em uma escola técnica, e eles estavam estudando em outra escola.
Dois anos mais tarde, nos encontramos em nossa velha escola pra desenterra uma velha caixa de lembranças. Nossa, nós nos divertimos tanto naquela velha tarde de outono. Era uma época em que eu me sentia vivo. Sentia-me bem. As coisas estavam bem.
Quando o Carlinhos passou na faculdade anos mais tarde, eles decidiram sair pra comemorar. Eu estava namorando naquela época, e não pude me juntar a eles.
Naquela noite, eles sofreram um acidente de carro.
O Carlinhos nunca chegou a fazer a faculdade. Meus amigos estavam mortos.
Durante muito tempo, eu fiquei me perguntando por que eu também não morri com eles. Porque eu não estava naquele carro naquela noite.
Hoje já faz três anos que eles se foram. Eu voltei na nossa antiga escola, no lugar onde está enterrada nossa caixa de lembranças. Enquanto estava ali, olhando pro chão de terra batida, imaginando se meus amigos estavam bem onde quer que estejam todas as respostas surgiram em minha mente.
Eu descobri porque eu não estava naquele carro. Descobri porque eu não estava morto.
Eu tinha uma missão.
Tinha que manter viva as lembranças dos meus amigos, pois essa é a única forma de manter os antigos membros do Clube dos esquecidos bem longe do esquecimento.
Podem chamar de imaginação, de destino, carma, sina, o que quiserem. O fato é que esta é uma história real. Uma tão forte, que não pode deixar de existir, só porque a morte esteve aqui.
Hoje eu aprendi uma grande lição. Aprendi que algumas lembranças boas podem realmente salvar sua vida. Aprendi também, que onde habita as lembranças, o esquecimento nunca poderá existir.

Gente, essa aqui é pra vocês.
Onde quer que estejam.
Eu sempre estarei com vocês.

Ass: pequeno OIBAF
Membro da Sociedade dos Esquecidos.

2 comentários:

  1. Olá! vim aqui conhecer seu espaço....sera q incomodo? bjs

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  2. Olá!
    Magina, Não incomoda Não!
    Muito pelo contrário!
    Obrigado pela Visita!

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